Quando Odete Roitman, personagem interpretada por Débora Bloch, foi encontrada morta no luxuoso Copacabana Palace em Rio de Janeiro na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, o público da TV Globo ficou em choque. O assassinato trouxe de volta o mistério que marcou a versão original da novela, agora sob a autoria da roteirista Manuela Dias. A cena, gravada nas áreas internas do hotel, foi iluminada com luz fria, lembrando thrillers policiais dos anos 2000, enquanto a trilha sonora de Henrique Palmeira aumentava a ansiedade dos telespectadores.
Na edição 163 de Vale Tudo, a descoberta do corpo gerou um efeito dominó: a polícia entra em cena, os personagens principais começam a suspeitar uns dos outros e o público é convidado a participar de uma votação ao vivo sobre quem pode ser o assassino. A decisão da Globo de transformar o clássico em um evento interativo fez sentido: a memória coletiva ainda guarda o famoso grito de "Quem matou Odete Roitman?" dos anos 80.
Além da estética sombria, a escolha do Copacabana Palace como cenário não foi aleatória. O hotel, símbolo de luxo e poder, já foi palco de escândalos reais, o que acrescenta uma camada de verossimilhança ao drama televisivo.
Os investigadores da novela apontam cinco pessoas com motivos claros para eliminar a poderosa empresária:
Até agora, as câmeras de segurança do hotel mostram três figuras distintas nas gravações analisadas pelo delegado Mauro, mas o rosto do verdadeiro agressor ainda está encoberto.
Na manhã de terça‑feira, 7 de outubro, a emissora levou a trama para a vida real. Em duas praças — a Central do Brasil, no centro do Rio, e a Praça do Pacificador, em Duque de Caxias — promotores vestidos como detetives interagiram com o público das 7h ao meio‑dia. O convite? Votar no suspeito que, segundo eles, teria cometido o assassinato. Cada voto era registrado em painéis digitais que transmitiam os resultados ao vivo durante o intervalo da novela.
Esse tipo de ativação, ainda raro no cenário televisivo nacional, buscou criar um híbrido entre ficção e realidade, permitindo que fãs antigos e novos se sentissem parte da investigação. A iniciativa recebeu elogios de agências de marketing por gerar engajamento espontâneo nas redes sociais, que registraram mais de 250 mil menções em menos de quatro horas.
Nas redes, a hashtag #QuemMatouOdete bombou, trazendo teorias que vão desde "foi um golpe interno" até "o assassino é um personagem ainda não apresentado". Alguns críticos apontam que a estratégia pode ser vista como uma tentativa de "gamificação" da narrativa, enquanto outros celebram a inovação como um resgate da tradição de suspense que marcou a teledramaturgia dos anos 80.
Especialistas em mídia, como a professora Fernanda Lopes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmam que a novela deve caminhar entre duas direções: manter o ritmo acelerado para não perder a atenção do público jovem e, ao mesmo tempo, oferecer narrativas densas que satisfaçam os fãs de longa data.
O próximo capítulo, previsto para quarta‑feira, 8 de outubro, promete revelar pelo menos um dos três rostos capturados pelas câmeras. Enquanto isso, a produção já confirmou que haverá uma reviravolta ligada à empresa TCA, que poderá mudar totalmente o rumo dos negócios familiares envolvidos.
Além disso, a votação feita nas praças pode influenciar a escolha do culpado nas próximas semanas, já que a Globo prometeu adaptar a história de acordo com o resultado mais votado pelo público. Se isso acontecer, estaremos diante de um dos primeiros exemplos de narrativa televisiva que cede ao voto popular em tempo real.
A Globo divulgou que o suspeito mais votado nas ações interativas pode ter seu nome revelado como assassino nos próximos episódios, embora a produção reserve o direito de ajustar o enredo caso a escolha do público comprometa a coerência da trama.
A novela foi reinventada por Manuela Dias, que decidiu modernizar o suspense ao incluir elementos de investigação em tempo real e ação nas ruas do Rio.
Estima‑se que a campanha tenha gerado cerca de R$ 2,3 milhões em mídia espontânea, além de impulsionar a audiência da novela em 12% nas regiões onde as praças foram ativadas.
Nas redes, surgiram três linhas principais: que César agiu para herdar a fortuna, que Maria de Fátima se vingou da vilã ou que Marco Aurélio aproveitou a oportunidade para assumir a presidência da TCA. Nenhuma delas foi confirmada ainda.
A produção prometeu que o próximo suspeito será mostrado no episódio de quarta‑feira, 8 de outubro, quando as imagens das câmeras de segurança serão analisadas ao vivo.
outubro 7, 2025 AT 21:26
Não dá pra ignorar o fato de que a Globo ainda tenta usar truques de suspense dos anos 80 sem inovar de verdade. O cenário no Copacabana Palace até tem estilo, mas a história parece colada numa fórmula ultrapassada. A votação ao vivo pode até gerar burburinho, porém sacrifica a coerência narrativa. Os roteiristas parecem mais focados em marketing do que em desenvolvimento de personagem. No fim, o público sente que está sendo manipulado.