Bradley Beal assina por $11 milhões com Clippers após alta de Phoenix e luta para retomar forma

Quando Bradley Beal entrou em quadra no Footprint Center em Phoenix no dia 7 de novembro de 2025, os torcedores não o aplaudiram. Cada toque de bola foi recebido com vaias. Ele fez 2 de 14 nos arremessos, marcou apenas 5 pontos e terminou com um plus-minus de -23 — o terceiro pior da partida. O Los Angeles Clippers perdeu por 115-102. Mas Beal não estava lá para vingança. Estava lá para encerrar um capítulo — e abrir outro, bem mais incerto.

Do contrato bilionário ao reajuste de carreira

Em julho de 2025, o Phoenix Suns rescindiu o restante do contrato de cinco anos e US$ 251 milhões que Beal assinou com o Washington Wizards em 2020. O time usou a cláusula de "stretch provision" para pagar os US$ 158 milhões restantes em duas temporadas, liberando espaço financeiro e de roster. O jogador, de 32 anos, passou por cirurgia nas costas no verão e, ao assinar um novo acordo de dois anos por US$ 11 milhões com os Clippers — com opção de jogador no segundo ano —, entendeu que sua era como estrela absoluta havia mudado.

Na temporada 2020-2021, Beal foi All-NBA Primeira Equipe, liderou a NBA em pontos por jogo (31,3) e foi peça central de uma equipe que chegou à semifinal da Conferência Leste. Hoje, ele joga cerca de 20 minutos por jogo. Em cinco jogos com os Clippers até novembro de 2025, marcou apenas 37 pontos em 39 arremessos — média de 7,4 por jogo. O desempenho é um choque para quem o viu em sua peak.

"Você não é Brad Beal se for só fazer piquetes"

Em entrevista ao The Athletic após o jogo em Phoenix, Beal foi direto: "Quando você me deixa ser aquele cara, eu sou aquele cara. Mas quando você tem dois treinadores que querem que eu faça piquetes e jogue no garrafão, você não é Brad Beal. Você é alguém outro."

Essa frustração não é só técnica — é identitária. Em Washington, ele foi o centro do sistema ofensivo, o alvo de todas as jogadas. Em Phoenix, foi usado como um rolo compressor de pick-and-roll, quase como um centro de movimentação. "Eles fizeram uma escolha. Eu fiz a minha. Virei a página", disse ele ao jornalista Duane Rankin da AZ Central.

Os Clippers o contrataram para substituir Norman Powell, esperando um impulso ofensivo imediato. Mas a realidade é que Beal não está mais fisicamente capaz de sustentar 30 minutos por jogo, muito menos 25 pontos. "Eles esperavam um jogador que pudesse marcar 15 por noite. Acho que já sabemos que isso não vai acontecer", disse um analista do site Clipperholics.

Responsabilidade e pressão em Los Angeles

Na Califórnia, a pressão é diferente. Não vem da torcida — vem dos colegas. "Todo mundo tá no meu pé", disse Beal, rindo, em entrevista coletiva. "James [Harden] e Kawhi [Leonard] não deixam passar nada. Se eu errei, eles gritam. Se eu não me movi, eles cobram. É bom. Preciso disso."

Kawhi Leonard estava ausente nos dois jogos anteriores ao confronto com Phoenix, e Harden havia perdido seu primeiro jogo da temporada. O time, com recorde de 3-5, ocupava a 10ª posição na Conferência Oeste. A expectativa era que Beal fosse o catalisador. Em vez disso, ele foi o ponto de crítica.

Apesar disso, os Clippers mantêm a paciência. A equipe tem um plano de desenvolvimento de minutos: 18 na primeira semana, 20 na segunda, 22 na terceira — tudo sob supervisão médica. A ideia é reconstruir sua resistência sem forçar a lesão nas costas.

De volta a D.C., não a Phoenix

Beal não esconde que o retorno mais significativo seria a Washington — onde passou 11 anos, virou ídolo e foi o rosto da franquia por quase uma década. "Para mim, não foi sobre voltar a Phoenix. Foi sobre não voltar a D.C. E isso dói mais", confessou ao The Athletic. "Tudo que a gente poderia ter feito lá... foi quase especial. Mas não deu certo. E a gente seguiu em frente. Vai ser uma história de 'e se' para sempre. Mas você não pode viver no passado."

Ele reconhece que os fãs de Phoenix o odiaram — e isso o deixou tranquilo. "Você não pode agradar todo mundo. Aprendi isso aos 16 anos. Se tentar, você enlouquece. Eu amei jogar aqui. Eles fizeram o que acharam certo. Eu fiz o mesmo. Fim."

O que vem a seguir?

O próximo confronto entre Clippers e Suns está marcado para 9 de novembro de 2025, em Los Angeles. Se Beal conseguir se manter em quadra por 25 minutos e aumentar sua eficiência para 40% nos arremessos, os Clippers podem começar a ver um retorno gradual. Mas a verdade é simples: ele não será mais o mesmo jogador. A pergunta agora é: ele pode ser suficiente?

Os Clippers não estão em modo de reconstrução — estão em modo de sobrevivência. Com Leonard e Harden envelhecendo, e Beal em recuperação, o time precisa de um milagre. Ou, pelo menos, de um pouco de paciência.

Frequently Asked Questions

Por que o Phoenix Suns rescindiu o contrato de Bradley Beal?

O Phoenix Suns usou a cláusula de "stretch provision" para liberar espaço no teto salarial e no elenco, já que Beal estava em seu quarto ano de um contrato de US$ 251 milhões e sofria com lesões recorrentes. O time pagaria o restante do valor em duas temporadas, mas não queria manter um jogador com restrição de minutos e baixa eficiência. A decisão foi estratégica, não pessoal.

Qual é o impacto da lesão nas costas de Beal no seu desempenho atual?

A cirurgia nas costas, realizada no verão de 2025, limitou drasticamente sua capacidade de saltar, mudar de direção e sustentar minutos intensos. Seu ritmo de jogo caiu 35% em comparação à temporada 2020-2021, e sua eficiência nos arremessos está em 35%, contra 44% de pico. Os médicos dos Clippers mantêm um plano de 20 minutos por jogo para evitar recaídas.

Por que os torcedores de Phoenix o odiaram tanto?

Beal foi visto como um jogador que não entregou resultados em Phoenix, apesar do alto salário. Após duas temporadas sem playoffs e com desempenho abaixo do esperado, os fãs sentiram que ele não se adaptou ao sistema e não liderou a equipe. A saída foi vista como uma traição — mesmo sendo financeiramente obrigatória.

Beal ainda pode se tornar um jogador relevante na NBA?

Sim — mas não como estrela principal. Se mantiver sua saúde e se adaptar ao papel de sexto homem ou pontuador de emergência, pode ser valioso em playoffs. Seu conhecimento de jogo, passe e experiência ainda são acima da média. A NBA não precisa de 30 pontos por jogo — precisa de jogadores que façam o que o time precisa. Ele ainda pode ser isso.

Qual é o próximo passo para os Clippers com Beal no elenco?

O time precisa de um milagre de saúde: se Beal recuperar 80% de sua eficiência e jogar 25 minutos com 40% de aproveitamento, e se Kawhi Leonard voltar com força, os Clippers podem entrar na briga pela oitava vaga. Caso contrário, o foco será na manutenção do elenco para o draft de 2026 e na busca por um armador titular de longo prazo.

Beal pretende se aposentar em breve?

Ele não mencionou aposentadoria. Pelo contrário, disse que ainda quer competir. Mas o contrato com os Clippers tem uma opção de jogador no segundo ano — o que significa que, se não se sentir útil ou saudável, pode optar por sair em 2026. Se não jogar bem, pode ser seu último contrato na NBA.

13 Comentários

Lucas Pirola
Lucas Pirola

novembro 7, 2025 AT 21:17

Beal tá no modo sobrevivência, e isso é lindo de ver. Ninguém muda de estrela pra sexto homem de um dia pro outro... mas ele tá fazendo isso com classe. Só queria que os fãs entendessem que ele não falhou. A NBA é cruel assim.

kang kang
kang kang

novembro 8, 2025 AT 10:21

Eu não consigo achar triste isso... 😔 É como ver um ídolo do futebol virar volante na sua última temporada. Mas aí você vê o brilho nos olhos dele quando entra em quadra... e entende: ele ainda ama. 🙌 Não importa se são 20 minutos ou 40. Ele tá lá. E isso já é vitória.

Juliana Ju Vilela
Juliana Ju Vilela

novembro 9, 2025 AT 05:43

Pessoal, não esqueçam que ele passou por cirurgia nas costas! 🙏 Se ele tá jogando, já é um milagre. A gente tem que torcer por ele, não julgar por estatísticas antigas. Ele merece respeito, não vaias!

Jailma Andrade
Jailma Andrade

novembro 11, 2025 AT 04:54

O que mais me toca é o lado humano. Ele não está tentando voltar ao passado. Ele está construindo um novo presente. E isso é raro. Muitos jogadores se apegam à fama. Beal aceitou a mudança. Isso é maturidade. E isso merece ser celebrado, não criticado.

Leandro Fialho
Leandro Fialho

novembro 12, 2025 AT 10:29

Acho que o Kawhi e o Harden estão sendo os caras certos pra ele agora. Não tá rolando aquele papo de 'você é o cara'... tá rolando 'você é parte do time'. E às vezes, isso é mais valioso que ser estrela. Ele tá aprendendo a ser útil, não importante.

Eduardo Mallmann
Eduardo Mallmann

novembro 14, 2025 AT 02:35

A NBA é um circo de farsas onde o dinheiro decide tudo e o talento é só um adorno. Beal foi um produto caro que não rendeu o retorno esperado. Agora ele é um acessório de baixo custo. O sistema não falhou. Ele falhou. Ponto final

Timothy Gill
Timothy Gill

novembro 15, 2025 AT 13:00

Toda grande carreira termina assim. Um dia você é o centro do universo. No outro, você é um nome na lista de substituições. Não tem drama. Não tem traição. Só o tempo. E ele tá lidando com isso melhor que 90% dos atletas que já passaram por isso.

David Costa
David Costa

novembro 16, 2025 AT 04:34

Quando você olha pra história do basquete, os grandes nunca se apegam ao que foram. Eles se adaptam. Magic virou passador, Jordan virou dono de time, Bird virou treinador. Beal está fazendo o mesmo. Ele não está se aposentando. Ele está evoluindo. E isso é mais valioso do que qualquer estatística de 30 pontos.

Willian de Andrade
Willian de Andrade

novembro 16, 2025 AT 09:13

beal ta jogando menos mas ta mais esperto... isso que importa. os caras da equipe ta ajudando ele e ele ta respondendo. nao ta perfeito mas ta tentando. isso ja e mais q muitos fazem

Thiago Silva
Thiago Silva

novembro 16, 2025 AT 14:35

Eu não consigo achar triste isso. Ele tá lá. Mesmo com dor. Mesmo com menos minutos. Mesmo com vaias. Ele tá lá. E isso é coragem. Ninguém te obriga a jogar quando ninguém mais acredita em você. Mas ele tá. E isso merece um aplauso, não um insulto.

Sandra Blanco
Sandra Blanco

novembro 16, 2025 AT 21:55

Se ele não consegue jogar bem, não deveria estar na NBA. É simples assim.

Willian Paixão
Willian Paixão

novembro 18, 2025 AT 09:40

O mais bonito disso tudo é que ele não tá fingindo que é o mesmo jogador de antes. Ele tá aprendendo a ser novo. E isso é raro. Muita gente fica presa no passado. Ele tá aberto. E isso vai durar mais do que qualquer estatística.

Bruna Oliveira
Bruna Oliveira

novembro 19, 2025 AT 02:14

É uma tragédia trágica. O gênio que um dia desafiou a física da quadra, agora reduzido a um mero componente tático. O sistema esportivo capitalista consome e descarta. Beal é o último símbolo de um ideal que já não existe: o jogador como artista. Agora, ele é um KPI.

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