Felca impulsiona onda nacional após vídeo viral denunciar exploração infantil nas redes sociais

Influenciador Felca coloca luz sobre a 'adultização' infantil nas redes

Felipe Bressanim Pereira, o Felca, acostumado com grandes números na internet, dessa vez quebrou barreiras inéditas. Seu vídeo de 50 minutos, postado no início de agosto de 2025, virou tema nacional ao escancarar o universo sombrio da exploração infantil promovida por perfis adultos nas redes sociais. Em pouco tempo, a gravação bateu 44 milhões de visualizações e não parou por aí: sacudiu o Congresso, mobilizou o Ministério Público e encheu pais e mães de dúvidas sobre o limite entre registrar a infância e superexpor as crianças.

Felca não tirou o tema do nada. No Fantástico, ele abriu o jogo e contou que já conheceu pessoas próximas, abusadas na infância. Isso se tornou um motor para mergulhar fundo no problema: "Comecei a estudar para tentar consolar essa pessoa, e percebi que podia ir além, falar sobre o assunto de verdade". Só que Felca fez mais: trouxe à tona, com provas em vídeo, o passo a passo de como conteúdos inapropriados envolvendo menores circulam livremente nas plataformas, muitas vezes com o aval da lógica do engajamento.

Repercussão política e ações rápidas das plataformas

A indignação ganhou eco nos corredores de Brasília. No mesmo ritmo da viralização, políticos começaram a agir. O presidente da Câmara, Hugo Motta, não perdeu tempo e colocou a pauta para andar: projetos que tratam do tema agora são considerados prioridade máxima. No Senado, 70 parlamentares assinaram a criação de uma CPI para investigar a responsabilidade dos próprios influenciadores e das plataformas, numa articulação puxada por Jaime Bagatolli e Damares Alves.

Instagram e Kwai, mencionados no vídeo, também reagiram. O perfil de Hytalo Santos, influenciador citado na denúncia e com mais de 17 milhões de seguidores, foi simplesmente deletado. Diversos perfis de menores que apareciam nas provas do vídeo também sumiram do ar em questão de dias. O Ministério Público da Paraíba revelou investigações já em andamento desde 2024 sobre Santos — as denúncias de Felca, na verdade, só aceleraram esse processo.

O vídeo não ficou restrito aos bastidores do poder ou ao círculo de influenciadores. Pais comuns sentiram o baque. Professores, como Cristiane, repensaram o quanto seus próprios filhos aparecem na internet após assistirem ao vídeo. O efeito dele superou a indignação e gerou questionamentos reais dentro das casas brasileiras sobre exposição infantil nos perfis.

Felca usou seu alcance, típico do universo do entretenimento digital, para algo maior: fez jornalismo de denúncia, apresentando provas detalhadas, questionando algoritmos e deixando claro o quanto a lógica das redes ajuda a espalhar o que deveria ser combatido com urgência. Seu vídeo expôs o funcionamento dos algoritmos que, sem filtro, sugerem conteúdo sexualizado envolvendo crianças, revelando um terreno fértil para abuso e exploração, e forçando a sociedade — e o próprio mercado digital — a enfrentar de frente uma urgência há tempos ignorada.

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