O clima nos bastidores do Avaí está longe de ser tranquilo. O elenco inteiro decidiu não fazer a tradicional concentração pré-jogo antes da partida crítica contra o Cuiabá, marcada para domingo, 10 de agosto de 2025, às 16h, na Ressacada. O motivo? Salários atrasados. Os atletas exigem o pagamento de um mês em aberto segundo a CLT e dois meses de direitos de imagem que continuam pendentes. Eles comunicaram a decisão à diretoria de forma pacífica, mas o recado foi claro e direto.
Essa atitude não caiu como surpresa para quem acompanha o clube de perto. Em junho, o presidente Júlio Heerdt reconheceu publicamente o problema de caixa do Avaí, prometendo resolver tudo até o dia 31 de julho. Ele apostava nos recursos dos direitos de TV para quitar as dívidas, mas a grana não entrou a tempo, e o elenco segue à espera. Enquanto isso, a pressão por resultados em campo só aumenta.
O protesto deste ano repete o roteiro de 2024, quando o time adotou até o 'lei do silêncio' e parou de dar entrevistas como forma de pressionar a diretoria. A história, aliás, se repete: em 2021, ex-jogadores ameaçaram a diretoria com processos no sindicato e no tribunal esportivo, ação que quase custou ao Avaí a permanência na Série A após o acesso. A instabilidade virou quase parte da rotina azul e branca.
A tensão interna também mexe com o técnico Jair Ventura, que além dos problemas salariais, lida ainda com atletas fora por lesão e outros com situação contratual indefinida. Isso pode deixar o elenco ainda mais desfalcado num momento crucial da temporada, justamente na briga pelo acesso.
O risco é maior do que parece: segundo regras da CBF, atrasos salariais persistentes podem render desde advertências a até perda de pontos no campeonato, algo que pode jogar por terra o trabalho feito dentro de campo. Além disso, a torcida está cada vez mais impaciente perante a sequência de crises e vê o protesto como reflexo do desgaste entre jogadores e diretoria.
Até o momento, a alta cúpula do Avaí prefere não se manifestar. Enquanto isso, o clube tenta reorganizar as finanças para não perder mais peças importantes e evitar danos maiores à imagem já arranhada. Com um jogo decisivo diante do Cuiabá se aproximando, o resultado pode ser influenciado não só pelo futebol, mas também pelo ambiente tumultuado longe das quatro linhas.
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